Trump x BRICS: a guerra das tarifas e o futuro do Brasil - Resenha crítica - 12min Originals
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Trump x BRICS: a guerra das tarifas e o futuro do Brasil - resenha crítica

Trump x BRICS: a guerra das tarifas e o futuro do Brasil Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Trump x BRICS: a guerra das tarifas e o futuro do Brasil

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: 12min

Resenha crítica

Na primeira semana de julho de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A decisão foi comunicada diretamente ao presidente Lula, por meio de uma carta oficial. Mas o impacto não foi só diplomático — ele atingiu em cheio a economia brasileira e aprofundou o atrito entre Washington e os países do BRICS. O motivo declarado por Trump foi a crescente articulação dentro do bloco para criação de uma moeda internacional alternativa ao dólar, algo que ele considera uma ameaça direta à soberania econômica dos Estados Unidos. Em suas palavras: “O dólar é rei. Quem tentar derrubá-lo está declarando guerra.”

Além disso, Trump citou de forma secundária a “perseguição política” contra Jair Bolsonaro como exemplo do suposto autoritarismo de Lula, tentando colar o Brasil na imagem de regimes hostis aos interesses americanos. Lula, por sua vez, respondeu publicamente que os países do BRICS são soberanos e não aceitarão ameaças ou chantagens. Também reafirmou que o grupo seguirá discutindo alternativas ao dólar. Com isso, o embate ganhou contornos de disputa geopolítica maior, com impacto direto nas exportações brasileiras e no papel do país no comércio internacional.

Por que o dólar é tão importante — e por que Trump quer protegê-lo

A principal motivação de Donald Trump ao taxar o Brasil e outros países do BRICS é a defesa do dólar como moeda central do comércio global. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o dólar é usado como referência para a maioria das transações internacionais — de petróleo a grãos, de investimentos a reservas cambiais. Isso dá aos Estados Unidos poder financeiro, político e estratégico sobre o resto do mundo. Um país que controla a moeda dominante tem acesso a crédito mais barato, pode impor sanções econômicas com mais facilidade e tem grande influência sobre organismos como o FMI e o Banco Mundial.

A proposta dos BRICS de criar uma moeda própria para transações comerciais é uma ameaça direta a esse domínio. Mesmo que essa moeda ainda não exista, o simples fato de ela estar sendo discutida já acendeu o alerta em Washington. Trump entende que perder o monopólio do dólar seria abrir mão de parte da liderança global dos Estados Unidos. Por isso, ao impor tarifas pesadas, ele busca desincentivar qualquer país que desafie essa estrutura.

Lula, por outro lado, argumenta que os países em desenvolvimento precisam de alternativas para escapar da volatilidade cambial e da dependência das políticas monetárias americanas. O conflito, então, vai muito além do comércio: trata-se de uma disputa por poder num mundo que está deixando de ser unipolar.

O que o BRICS quer com uma nova moeda — e por que isso incomoda os Estados Unidos

A proposta de uma moeda comum entre os países do BRICS não é exatamente nova, mas ganhou força nos últimos anos, especialmente após sanções impostas pelos Estados Unidos à Rússia, congelamento de ativos internacionais e uso do sistema financeiro como ferramenta de controle político. O objetivo do BRICS é criar uma moeda de lastro multilateral, voltada exclusivamente para o comércio entre os países do bloco — ou seja, não seria usada por consumidores, mas por governos e grandes empresas para transações internacionais.

Essa moeda teria como base um cesto de moedas nacionais, incluindo o real, o yuan e a rúpia. A ideia é escapar da dependência do dólar e reduzir os riscos que países do Sul Global enfrentam em crises cambiais. Para o Brasil, isso abriria espaço para vender commodities para Índia ou Rússia sem precisar converter para dólar, por exemplo. Isso reduziria custos, ampliaria margens e fortaleceria a autonomia comercial.

Para os Estados Unidos, esse movimento é visto como um ataque direto ao sistema que sustenta seu poder global. Uma moeda alternativa forte enfraqueceria a demanda pelo dólar, elevaria os custos de financiamento da dívida americana e reduziria o alcance de sanções financeiras. Trump, que já rompeu acordos multilaterais no passado, voltou à Casa Branca com a missão declarada de proteger o dólar a qualquer custo — inclusive por meio de tarifas agressivas.

Como o mundo reagiu

A reação internacional foi rápida e dividida. Os principais países do BRICS, como China e Rússia, condenaram a medida americana, classificando-a como uma forma de guerra econômica. O governo chinês emitiu nota oficial em defesa do Brasil e reafirmou o compromisso com a criação de mecanismos que reduzam a dependência global do dólar. A Rússia, por sua vez, chamou a tarifa de “provocação imperialista” e reforçou seu apoio à expansão do BRICS como bloco de resistência à hegemonia financeira dos Estados Unidos. Índia e África do Sul adotaram uma posição mais cautelosa, mas sinalizaram alinhamento estratégico com o grupo.

Na União Europeia, o tom foi mais diplomático, mas o alerta foi claro: tarifas unilaterais com motivação política ameaçam a estabilidade do comércio global. Analistas europeus veem com preocupação a possibilidade de novas rodadas de retaliação e o retorno de práticas protecionistas que marcaram os anos Trump no passado. No Brasil, o mercado reagiu mal: o dólar disparou, a bolsa recuou e setores como agro, siderurgia e papel e celulose começaram a revisar suas projeções de exportação. Ao mesmo tempo, empresários pressionam o governo por resposta firme, enquanto diplomatas avaliam caminhos possíveis pela OMC e outras vias multilaterais. O episódio elevou a temperatura geopolítica e reposicionou o Brasil como ator-chave em um cenário internacional cada vez mais polarizado.

Quem paga essa tarifa, afinal?

Embora pareça que o Brasil foi “taxado” diretamente, a dinâmica das tarifas de importação nos Estados Unidos é diferente. Quem paga a taxa de 50% anunciada por Trump não é o governo brasileiro, mas sim as empresas americanas que importam produtos do Brasil. Ou seja, quando um supermercado dos Estados Unidos compra suco de laranja brasileiro, ou uma indústria americana importa aço semiacabado do Brasil, é o importador americano quem precisa arcar com o custo adicional. Esse valor, por sua vez, é quase sempre repassado ao consumidor final, encarecendo o produto nas prateleiras americanas.

A intenção de Trump com essa medida não é arrecadar, mas desestimular a compra de produtos brasileiros, tornando-os artificialmente mais caros e menos competitivos. Assim, ele fortalece o mercado interno americano — um pilar da sua retórica protecionista — e ainda desqualifica economicamente o Brasil como fornecedor. Em termos práticos, isso pode levar empresas americanas a substituírem o Brasil por outros países na cadeia de fornecimento. Para os brasileiros, o impacto é indireto: as empresas exportadoras perdem mercado, podem ter queda nas receitas e, como consequência, reduzir postos de trabalho e investimentos. O imposto não chega à sua conta do supermercado aqui no Brasil, mas o efeito em cadeia pode afetar emprego, renda e até o câmbio.

As principais exportações brasileiras já estavam isentas?

Sim — e esse é um ponto central da disputa. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento e de especialistas em comércio exterior, cerca de 8 das 10 principais categorias de produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos já tinham isenção de tarifas. Essa isenção vinha de acordos comerciais e políticas americanas que beneficiavam certos tipos de commodities ou bens industriais do Brasil. As tarifas de Trump agora quebram esse privilégio, aplicando uma taxa uniforme de 50% a todas as importações brasileiras, mesmo aquelas antes favorecidas.

Entre os produtos mais exportados pelo Brasil aos Estados Unidos estão: carne bovina e de frango, café em grão e solúvel, suco de laranja concentrado, celulose, aço semiacabado, máquinas, calçados e produtos químicos. Até então, muitos desses itens entravam no mercado americano com custo reduzido — o que ajudava o Brasil a manter presença forte no setor de alimentos e matérias-primas. Com a nova tarifa, essa vantagem desaparece.

A curto prazo, empresas brasileiras correm o risco de perder espaço para concorrentes da Argentina, México, Canadá ou até da produção doméstica americana. O efeito imediato é uma pressão sobre a balança comercial brasileira, especialmente em um momento em que os BRICS ainda não estruturaram rotas alternativas de comércio em larga escala. Ou seja: o impacto não é total, mas atinge justamente os setores mais estratégicos para o Brasil.

O que muda na nossa vida

O impacto dessa crise não chega ao consumidor brasileiro na forma de uma conta mais cara no supermercado — pelo menos não diretamente. Como explicado, quem paga as tarifas são empresas americanas. No entanto, os efeitos indiretos podem ser significativos. Setores exportadores do Brasil — especialmente agronegócio, mineração e siderurgia — tendem a perder mercado. Isso pode resultar em quedas no faturamento, redução de produção e até demissões em regiões que dependem dessas atividades.

Além disso, se o Brasil exportar menos, entra menos dólar no país. Isso afeta o câmbio e pode desvalorizar o real, o que encarece importações, combustíveis e passagens aéreas. A inflação também pode subir como efeito colateral. Empresas que atuam em cadeias globais podem adiar investimentos ou rever contratos, temendo um cenário externo mais instável. E mesmo que o impacto inicial seja nos Estados Unidos, qualquer retração nas exportações afeta a economia brasileira como um todo.

Para os Estados Unidos, o risco é outro: os preços de produtos como suco de laranja, café e hambúrgueres devem subir, e o consumidor americano pode sentir no bolso. Trump aposta que o nacionalismo econômico compensa esse custo. Já o Brasil entra em modo de contenção e reposicionamento, com foco em acordos fora do eixo Washington.

O que pode acontecer agora

Três cenários principais se desenham no horizonte. O primeiro, mais provável a curto prazo, é de conflito prolongado. Nesse caso, as tarifas são mantidas, o comércio com os Estados Unidos diminui e o Brasil acelera sua integração com os BRICS, buscando novas rotas de exportação e moedas alternativas ao dólar. Lula fortalece o discurso de soberania, enquanto Trump capitaliza o embate para reforçar sua base política.

O segundo cenário envolve um acordo diplomático. Com pressão de empresários e mediadores internacionais, ambos os lados negociam. O Brasil se compromete a moderar o discurso sobre a moeda comum dos BRICS e os Estados Unidos aliviam as tarifas, talvez mantendo restrições pontuais. Isso reduziria a tensão, mas deixaria marcas duradouras nas relações comerciais.

O terceiro e mais grave seria uma escalada global. Outros países do BRICS retaliam com tarifas próprias. A China, por exemplo, poderia limitar a entrada de grãos americanos. A Índia poderia cortar contratos com empresas dos Estados Unidos. O mundo voltaria a viver uma espécie de guerra comercial em blocos, com prejuízos para todos os lados. Neste cenário, o Brasil teria que escolher com mais clareza seu lado — e bancar os custos dessa escolha.

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